quinta-feira, 28 de setembro de 2017

"Satanhoco" - o caluniador

Já é manhã do dia seguinte. 
Agora, com tempo, exercito a mente: ouço sons de "cornetas" como se fossem "arautos da desgraça alheia", e é por aí que me fico na incerteza se devo, ou não, marcar vez na banca de um qualquer adivinho, o vulgar bruxo (no creo en brujas, pero que las hay, las hay - em espanhol dá mais "categoria"...) para que a sua bola de cristal me "garanta" o nome do (a) corajoso (a) caluniador (a). Não é por nada, mas sempre podia esquecer durante breve tempo as boas maneiras... 
Além do dicionário do Torrinha, usava de memória outros "nomes bonitos", dos que aprendi em terras de Moçambique, como "satanhoco", por exemplo, que é dos mais leves - "não mata, mas " desmoraliza... 

"Ser ou não ser galinha" - eis a questão

Não sei se estava com cara de caso, setressado talvez (o que não é de admirar quando as más notícias chegam ligeiras pela manhã...
Portanto, naquele dia devia estar com cara (e disposição!) de poucos amigos.
Fora de portas, longe de casa, cruzei-me com uma senhora, que cumprimentei sem afivelar nenhum estilo de sorriso.
- Boa tarde, como tem passado?
Recebo o troco do cumprimento e um sorriso bonito:
- Boa tarde, como está?
Ainda sem estilo no sorriso, respondo:
- Estou ótimo, "bom como o milho"...
Resposta rápida e acutilante da senhora:
- Bolas, já não quero ser galinha!!!
Gargalhei como um "menino de coro" e fui à minha vida.
.
.