domingo, 31 de agosto de 2014

E o rio, senhores?


"Na serra mais alta de Portugal continental nasce num murmúrio o Rio Alva, que corre devagar e manso a caminho da foz no Rio Mondego, em Porto da Raiva, perto de Penacova, às portas de Coimbra.
O fio de água transforma-se em ribeiro quase à nascente, mas à medida que recebe suores de outras fontes, depressa se assume como rio pujante de vida, sem quedas ou desvios - os que existem são obra do Homem, que desde sempre usou o caudal para seu benefício, dos moinhos de moagem às “rodas de alcatruzes” que, nos estios, durante semanas, noite e dia, despejavam cântaros de seiva nas levadas e estas, serpenteando, alimentavam os milheirais e outras culturas de ocasião...".

Tem anos este texto sintetizado sobre o "meu" rio - rio de todos nós, afinal, porque não desejo assenhorear-me dele, como coisa minha.

Ontem, em Côja, tarde fora, de forma pública  e a céu aberto para levar (mais) gente à Praça, a iniciativa  para "turistificar" "Côja e a Região"  foi a debate. Debate suave, acrescento eu, a mando das regras do saber ouvir mais e melhor os ensinamentos de três engenheiros e dois doutores, segundo o  grau e qualidade dos ditos, que se mostraram à altura do raro acontecimento vespertino.
Lindo de ouvir, para regalo dos interessados em matérias específicas, "turistificou-se" a marca  que há-de ser patenteada com a intenção de divulgar  e promover "Côja e a Região". Assim seja, tão depressa quanto possível!
Na esperança de ouvir meia dúzia de palavrinhas sobre o "meu" rio - sobre o rio de todos nós! - mantive-me atento,  mas nada foi dito sobre a limpeza das margens do rio de todos nós  e, mais grave ainda, a ausência de  debate sobre a diminuição do caudal do Alva  no verão, ao que se diz, da responsabilidade das mini hídricas existentes a montante de Côja...
Estivesse eu mais falador e havia conversa animada, mas não, não estava nos "meus dias" - mantenho o assunto agendado para quando for chamado a depor  ( se for!) sobre a "galinha dos ovos de ouro"...
-  Com  "pouco rio", nem a roda de alcatruzes cumpre a sua missão!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Sempre "fixe", giro e vivaço

O Renato é este jovem  "fixe, giro e vivaço" com quem me cruzei um dia em Oliveira do Hospital, na Livraria Apolo. Era estudante, mais tarde  seria engenheiro, confessou...
 Nasceu em Côja.
- Ai sim? - disse eu, alegre de mim  para mim, por ser conterrâneo de tão garboso jovem, rodeado de "miúdas", colegas da  Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital.... 
- Pertences a que família? , quis saber...
- Sou filho do Orlando.
- ... Castanheira?...
- Sim!
- Ohhh, sou amigo do teu pai há imensos anos, desde o tempo do conjunto musical  "pop king's". Grandes farras, Renato, podes crer...
Sorrimos ambos, partilhei confidências...
A conversa pode não ter sido textualmente  assim, mas andou perto - tão perto que me recordo de certos pormenores  sobre uma "tal miúda", cliente do RiTuAl Bar do meu tempo...
Depois, em Côja, eu e o Orlando falámos várias vezes sobre a vida académica do Renato...
Continuei a encontrar o meu jovem amigo, sempre "fixe", giro e vivaço, no bar  da Livraria Apolo, local de eleição da "malta" da ESTGOH, ou em Côja, na Boutique da Tuxa. Foi   aí que soube da sua intenção de seguir a carreira militar...
Às vezes, quando rodeado amigos,  não dava pela presença do Renato e era ele, sorridente  e simpático, que tomava a iniciativa do cumprimento - sempre "fixe", giro e vivaço!
Hoje, a meio da tarde, eu e o pai, chegámos ao mesmo tempo à ponte velha de Côja; parámos as viaturas, demos prioridade  a quem vinha em sentido contrário, o Orlando saudou-me num gesto largo e seguiu viagem, muito, muito  apressado...