segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Rir é o melhor remédio

Roubei esta "delícia de coisa" em  2008 


"Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto montanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes tem um cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã? E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os lesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah. Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver??? O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. tarei a inzajerar?"

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Quando gosto, digo...

"... Descobri que a minha obsessão de que cada coisa estivesse no seu lugar, cada assunto no seu tempo, cada palavra no seu estilo, não era o prémio merecido de uma mente ordenada mas, pelo contrário, um sistema completo de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza". Gabriel Garcia Marquéz.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O "chauffeur" que recomendava a alma a Nossa Senhora

Retornei ao Piódão com tempo de sobra para múltiplas paragens antes do almoço, que havia de ser servido no hotel, estrategicamente erguido no centro da paisagem repousante.
O dia tinha imenso sol, o que garantia  excelentes cliques da minha máquina fotográfica digital, que também uso para falar com pessoas. Para quem "correu" atrás deste aparelho desde o seu nascimento, as funções que tenho à disposição justificam o investimento, nada pequeno, confesso……
Antes de escolher o que me interessava guardar na memória do meu “híbrido”, ganhei minutos deliciosos com o olhar  a navegar pelo “mar” de (muitos) montes e (poucos) vales - imaginação fértil sobre os segredos da serra, dos que guarda Moura da Serra às lendas do Piódão.
A viagem, apesar de curta, foi a mais extensa de todas desde os tempos em que a estrada tinha mais buracos do que piso direito. Hoje existe uma “autoestrada”, que as viaturas agradecem…
Sendo deslumbrante, a paisagem (estou em tratá-la de forma plural para ficar de bem comigo…) assemelha-se a um decrépito jardim de pedra.
A obra do “Supremo Arquiteto do Universo”, quando me aproximo de um despenhadeiro, permite avaliar a imensidão dos meus medos: se as vertigens aconselham cuidados e prosseguir a viagem em velocidade reduzida, como se comportarão os passageiros (e o condutor!) de um autocarro? Já no destino, conheci a estória de um profissional dos transportes públicos que, garantiram-me, permanecia em completa paranoia silenciosa sempre que percorria aquela estrada.

chauffeur, à chegada e à partida, na igreja do Piódão, recomendava a alma a Nossa Senhora...
Croniqueta adaptada   de outra com o mesmo título, publicada em setembro de 2013

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Férias - a emoção de ter inveja

Escreve o escritor Rui Zink: “…Calar uma emoção tão salutar como a inveja, que é o desejo de estar melhor (e não necessariamente o desejo de o outro estar pior), leva a quê? Ao sufoco, à castração emocional…” – uff, nem mais!
A partir deste “elogio”, alguém se atreve a condenar uma das minhas invejas, por mais pequenina que seja?
Uma delas, perfeitamente assumida, sobre viagens e passeios dos meus amigos, não incomoda ninguém, apesar de tudo, e como não faço uso da dita, fico-me pelas raivinhas, igualmente invejosas e assumidas.
A minha inveja é proporcional à qualidade imaginária das férias, isto é: se o destino foi a Figueira da Foz, vá que não vá; Algarve, eriçam-se os cabelos; se foram de abalada até Punta Cana e arredores, começo a ficar vermelho, mas quando me chegam notícias da velha Europa, do tipo: “olá, por aqui está tudo bem, estou a jantar em Varsóvia (…), a passear por Riga (capital da Letónia, imaginem!) …”etc e tal, chispo labaredas!
O  que me "corrói as entranhas" é o gozo com que os meus amigos ostentam o tom moreno trazido da praia – praia, para mim, é uma chatice: areia em demasia, água salgada, ondas revoltas, sol, muito sol… calor! Praia de jeito, com o mar á vista, é a que tem esplanadas longe da  areia, mesas e cadeiras confortáveis, cervejinhas bem frescas, e, já agora, uns camarões grelhados para desenjoar da bebida.
Se houver mar calmo e o reflexo da lua trouxer o romantismo de companhia agradável, tanto melhor.

Nunca mais é verão...
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Excerto de uma croniqueta com o mesmo título, publicada em setembro de 2010

Torga - "Ovo embrionário"

... com o Piódão  à vista

"Com o protesto do corpo doente pelos safanões tormentosos da longa caminhada, vim aqui despedir-me de Portugal primevo. Já o diz outras imagens da sua configuração adulta.Faltava-me esta do ovo embrionário" -Miguel Torga
Homenagem da Editorial Moura Pinto .'.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O brinquedo de corcódea

.. .ilustro  a sarabanda das palavras  com  o 
"meu carrinho de bois"


Era uma quinta enorme, com terreno de cultivo bordejado de macieiras e, à beira do caminho, uma casa de arrumos. Quando acompanhava a mãe, depois da escola, era aí que guardava os meus brinquedos favoritos: construções de corcódea. A última, uma miniatura de um carro de bois... 
Em fevereiro as terras estavam de pousio...
Sem grandes quereres nos meus doze anos, um mês depois do adeus a Lisboa, o navio onde embarcara chegou a Lourenço Marques...
A cidade prendeu-me nos seus encantos - ainda morro de amores por ela!
Um dia, homem feito, regressei ao meu sítio e à quinta, de visita, para procurar o meu carrinho de corcódea com duas rodas minúsculas e umas figurinhas que em nada se assemelhavam a animais de carga, sem chifres. Tinha a certeza de que o deixara numa prateleira, ao alcance da mão...
Da casa sobram duas meias paredes e, aberta numa delas, a prateleira "guarda a alma" do meu brinquedo.
Excerto de uma croniqueta publicada em 2009

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Ribeira Tem-Te-Não-Caias

Com tempo de sobra para "outras" leituras,  fui à descoberta de  localidades que ostentam  nomes de batismo… como dizer… engraçados, estranhos, curiosos, “esquisitos”.
A viagem pelos “caminhos de Portugal” (lembram-se da cantiga?) foi lonnnnnnnga, para lá do “Cu de Judas”!
A “Paixão” “Endiabrada” fui dura, acreditem - e cara: custou-me o “Coiro da Burra” quando passei pela “Venda da Gaita”.
A aventura começou “Quarta-Feira” na “Terra da Gaja”, passei pelo “Rabo de Porco”, “Mal Lavado”, “Colo do Pito” e acabei por passar a noite em  “Vale da Porca", terra do Roberto Leal ( conhecem?).
O "itinerário" desta primeira viagem:
Terra da Gaja – Lousã, Paitorto - Mirandela, Rabo de Porco –Penela,Pobreza  -Caminha, Máquina - Cabeceiras de Basto,  Mal Lavado – Odemira, Focinho de Cão  - Aljustrel,  Endiabrada - Aljezur,  Cama Porca  - Alhandra, Pé de Cão - Torres Novas, Chiqueiro - Lousã, Campa do Preto -  Maia, Paixão - Celorico de Basto, Colo do Pito - Castro d’Aire, Picha - Pedrogão Grande, Venda da Gaita – Tomar, Quarta-Feira - Sabugal, Coiro da Burra - Faro, Ribeira Tem-Te-Não-Caias - Machico, Cu de Judas -São Miguel


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A "arte de furtar”


(...) Veio parar-me às mãos uma edição gráfica da Gulbenkian onde se podem ler alguns textos escritos no Século XVII. Um deles, sem nome do autor, intitula-se a “Arte de Furtar”. 
Ficam os títulos de alguns capítulos do texto panfletário (?), para merecimento da atenção do leitor:
“Como para furtar há arte, que é ciência verdadeira” 
“Como a arte de furtar é muito nobre” 
“Como os maiores ladrões são os que têm por ofício livrar-nos de outros ladrões”
“Como se furta a título de benefício”, etc...
“… Assim se prova que há arte de furtar; e que esta seja ciência verdadeira é muito mais fácil de provar, ainda que não tenha escola pública, nem doutores graduados que a ensinem em universidade, como têm as outras ciências...” – anotou o escrevinhador, ilustre desconhecido.
Como se fala de crises, bancos sem dinheiro, paraísos fiscais e outras negociatas, o livrinho… nem de propósito, parece ter saído agora do prelo.
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Excerto de uma croniqueta publicada em abril de 2009

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

“Não digas a ninguém que nos namoramos, é ridículo. Amamo-nos”.

Ofélia e Fernando Pessoa

Em 2005, deste amor,  sentimento maior,  fiz  coisa minha...

Num compasso por inventar
escrevo suaves melodias
com gestos de Ofélia virtual.
E eu, sempre “pessoa”,
canto as palavras
em tom quase divino
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Há amores assim, feitos à medida das grandes paixões,  eternos...



Imagem  surripiada  na net 

Vale a pena  ler a notícia do Expresso:

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-02-14-O-ultimo-desencontro-entre-Ofelia-e-Fernando-Pessoa



terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Querem "roubar" o meu golo!

Por mero acaso algum dos meus estimados/as leitores/as viu o jogo da bola entre o Benfica e uma equipa russa? Sim, alguém viu? Repararam na minha “pessoa”? Sim, “eu” estava lá, no jogo!!!
 O resultado, já se sabe, é o que menos importa  nestes joguinhos  a “feijões”, mas sempre  vos digo que o Benfica  deu uma cabazada de um a zero aos azuis da Rússia – e que golo, aquele! Eu conto…
Como sabem, sou mediano na altura; no meio de autênticos gigantes lá estava “eu”, de costas viradas  para a baliza do adversário. A  bola veio pelo ar,  direitinha à minha cabeça,   e “eu” nem precisei de grande  salto: um gesto técnico, muito ao “meu estilo”, e pimba:  lá para dentro! O guarda redes nem cheirou a chincha, viram?
O que “chateia”  é a troca  do  “meu” nome. Como é possível dizerem que foi um “tal” de Jonas a dar a cabeçada na “chincha”? “Tá” tudo doido, ou quê? Aumentem o zoom, parem a imagem, mudem de óculos se preciso for, maltinha. O golo  é todo “meu”, isto é um roubo  - vou queixar-me à Sociedade Portuguesa de Autores. E já!!!
Para que não restem dúvidas, aqui está a minha foto a preto e branco,  equipado a rigor (não se nota a cor da camisola, desculpem lá, mas é vermelha, garanto), de águia ao peito,  feliz da vida "depois do golo... que me querem roubar".

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

.... e a neve aqui tão "perto"

Era fevereiro, noite de carnaval. O "Laguna" trazia quatro passageiros, eu guiava isento de proibições. Era  madrugada... De Tortosendo, perto da Covilhã, até ao meu sítio,  meia centena de quilómetros de curvas, muitas,  e uma serra, da Estrela, feita de montes, sobre e desce, desce e sobe...Uns salpicos, sorrisos ...- Olha,  começou a nevar! Os salpicos cresceram; arrastados pelo vento, transformaram-se em nuvem, enorme, inteira. Médios, depois máximos - visão de  dois, três metros, não mais...O "Laguna" e quatro passageiros...Sobe e desce, desce e sobe o manto branco, branco, como a neve - era NEVE, nunca  vista assim, medonha, maré cheia  de mar tenebroso! Não há estrada à vista, sigo a sinalização: mais curvas. E contracurvas...Medos, silêncios. Terceira, segunda em passo lento - tão lento que perdi o conto às horas... Quase manhã, a dois passos de casa voltaram as falas e os meios sorrisos.
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... Neve? Quero vê-la à  distância da câmara do iPhone, que é milagreiro no recorte da imagem - não se nota?



Com "estrela Michelin"

Não perco pitada das estórias contadas em jeito de crónica pelo escritor Rui Zink, daí que procure alguns dos seus subsídios para meios sorrisos eloquentes, como o excerto deste texto: “Dinossauros excelentíssimos”, que pode ser lido nas suas crónicas benditas: “Luto pela felicidade dos portugueses”.
“…Ao almoço, no restaurante:
- O que recomenda?
- O pargo está uma delícia, e além disso é licenciado em Económicas
- Hum… licenciado em Económicas…
- Mas olhe que está uma categoria…
- Eu sei, mas queria qualquer coisa mais substancial. Não tem nada com mestrado?
- Peixes não, mas tenho umas costeletas de vitela que estão a tirar o doutoramento em Oxford. Fritinhas e servidas com batatas da Católica ficam uma maravilha”.
(...)
Obviamente, dei preferência ao pargo, sempre era licenciado em Económicas...

sábado, 13 de fevereiro de 2016

São Valentim nos guarde


Dia de domingo: rosas vermelhas para quem as merecer....

Os amigos, os familiares de cada um de nós, deixaram de usar os correios para levar a “carta a Garcia”; o espaço virtual é instantâneo na oferta, e é por essa via que vamos sabendo uns dos outros, das coisas, das muitas coisas sem importância e das outras muito, muito importantes … como ganhar o euromilhões!...
Simples e económico, mas sem o prazer do manejo da caneta sobre o papel, e para quem lê a ânsia de receber das mãos do carteiro uma carta que seja, abri-la e ficar preso/a às palavras, deixou de ser hábito.
Há exceções que confirmam a regra; a regra são os emails e os “SMS”, que vêm pelo ”ar” e aterram na minha “máquina fotográfica”, que por acaso também faz e recebe telefonemas a qualquer hora, é agenda e calculadora, indica-me o caminho daqui até ali, ou mais além - espécie de faz tudo,  "tuga" self-made man; as exceções são os folhetos publicitários, um horror, os envelopes que as Finanças "têm a mania" de nos enviar, a conta da água – coisinhas miúdas, ”sem importância” como sabemos…
E uma cartinha de amor, não? Nãooooooooo!
… É quase impossível recriar “ao vivo” O Carteiro de Pablo Neruda porque a poesia anda arredia dos amores, escritos a tinta e em maiúsculas, que tanto seduziam a bela Beatrice Russo… 
São Valentim nos guarde, a quem é de amores intensamente platónicos, ou não… 



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Ainda ontem era menino...



O peso dos anos tem a importância e o valor do trajeto que percorremos. O carrego pode ser pesado se a vida foi madrasta, leve se a fortuna teve sorrisos de boa vizinhança. A memória é  o  arquivo de todas as coisas - das brincadeiras com o pião aos futebois no largo da escola, das reguadas da professora Georgina aos seus preciosos ensinamentos, do liceu ao primeiro emprego, da primeira namoradinha ao grande amor adolescente, dos passarinhos presos nas armadilhas, aos mergulhos no rio, ao Américo Cigarrada (...os peixes que agarrava à mão, no "meu" rio, só para me satisfazer os desejos!...), à avó Virgínia, à mãe Natália, aos filhos, aos netos, à reforma….. uffffffffff,  ainda ontem era menino…

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O belo do "todo"


Gosto de visitar algumas páginas deste universo de partilhas.
Uns dias sou viajante sem destino certo!
Outros dias,  um texto e fico cheio do belo que emerge das palavras.
O "cinzel", neste caso, utilizado por mãos de mestre, honra o Grande Arquitecto do Universo - somos parte desse todo.

Fica o gesto do sentido, claro  e direto...

Hoje, por ser hoje





Quando eu fui "Pierrot" e o Henrique, "Homem das Cavernas"-  anos sessenta,  Lourenço Marques, Moçambique; antes do corso, o baile dos mascarados.
Hoje, por ser hoje - memória inesquecível.
Nostalgia, saudade - éramos tão meninos...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Urtigal


Junto da bica água cristalina
às torrentes a caminho do Mondego;
faço da  ponte mirante da paisagem
e poetizo:
- como é belo o Urtigal!

sábado, 6 de fevereiro de 2016

.... de mão dada

Encontrei um pedaço de mim carregado de memórias, registadas com o preceito do pormenor,  numa agenda de 1965, escritas a partir  do dia 1 de Fevereiro daquele ano. Falam de amor,  do meu primeiro grande amor, as palavras imortais de um tempo único - continua único! 
Era  Maria, Maria Bertini (...), morena, mediana na altura, olhos azuis, de falas mansas e sorrisos radiosos...

(...) Diz-se que não há amor como o primeiro e é verdade. Há amores maiores, amores melhores, amores mais bem pensados e apaixonadamente vividos. Há amores mais duradouros. Quase todos. Mas não há amor como o primeiro. É o único que estraga o coração e que o deixa estragado. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas" 

... Ficou por cumprir o sonho de envelhecermos de mão dada.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Síndrome vertiginoso

Estou em casa, meio agasalhado, depois de um dia no hospital, em jejum, deitado numa maca. Vieram enfermeiros e médicos e eu, de pulseira amarela no pulso, lá fui repetindo a cantilena dos meus achaques: tenho a cabeça à roda, uma roda demasiado "quadrada" tal a sensação dos solavancos da curta viagem entre o quarto e a casa de banho, manhã  cedo - para não falar da viagem atribulada na ambulância do INEM por ruas remendadas, curvas e mais curvas...
Tonturas, vertigens, vómitos e nem a Saúde 24 me aliviou as queixas. Para o INEM, a coisa não era "grave", na opinião do gentil cidadão que respondeu à minha urgência - para mim era gravíssimo!  Dos Bombeiros de Coja veio a mão amiga  nos cuidados da minha gente - nas más horas, são sempre os primeiros a chegar, "inventam" soluções - têm soluções!
Bem andou a doutora Armandina, do Centro de Saúde e Arganil, por me ter encaminhado para Coimbra. Nos HUC,  mais soro, mais análises, mais um electrocardiograma, até que uma médica uruguaia, com paciência de Jó, foi  célere na análise: vou mandá-lo ao otorrino, palpita-me que esteja com síndrome vertiginoso!
Eram duas as médicas, pequeninas, novinhas, e muito  competentes. A chefe da equipa, atenta, encontrou lá no "funnnnndo" do ouvido esquerdo uma ligeira infecção . Eureka! - cá está. Isto é "coisa" chata, que pode não ser recente, disse. E não era,  em dezembro recebi sinais daquela "coisa chata", desvalorizei ...
Agora estou de ressaca, a medicação é forte, mas acho que me vou safar desta "coisa chata" - antes assim,  se fosse a "doença de Ménière" é que a "coisa", além de "chata", era grave!
Em Março volto à consulta, nos HUC.